Você alguma vez já viu uma empresa falando abertamente que escutou os clientes e mudou alguma coisa? Provavelmente já. Mas, quantas vezes a empresa “matou a cobra e mostrou o pau”, indicando quais mudanças foram essas, feitas a partir do mando popular?
O FourSquare foi um aplicativo que arrebatou multidões faz algum tempo. Depois de captar a lealdade do consumidor, criando uma comunidade forte e com direito à “Super Users” que faziam a sintonia fina das venues do programa, do nada houve uma ruptura. Para concorrer com outros aplicativos de indicações, como TripAdvisor e Yelp!, o FourSquare dividiu suas funções em dois: um, com o nome original, para a comunidade indicar e avaliar venues, dando notas para pontos de interesse como restaurantes e bares; e outro, chamado Swarm, para continuar com o joguinho de check-ins, grande propagador do sucesso do aplicativo.
O problema é que foi justamente a “gameficação” do aplicativo que ficou fraca. Acabaram as badges (condecorações), os pontos por quantidade e tipos diferentes de check-ins. O programa começou a ficar deixado de lado, e a galera, ávida por check-ins, começou a usar o próprio Facebook para fazê-lo. E o aplicativo perdeu relevância.
9 entre 10 empresas de internet se perdem neste exato momento. Não olham para o princípio mais básico, o conceito mais central do marketing: necessidades e desejos. O pessoal queria o FourSquare de volta. E eles ouviram…
Recebi um email do FourSquare no dia 11 de dezembro. Assunto: “Vocês Falaram, nós escutamos e fizemos algumas mudanças”. Eis o email que todos os inscritos no aplicativo receberam:
Nem precisa dizer que as mudanças não eram intensamente complicadas e difíceis de se fazer. Simples. Mas era o que o “povo” queria. Principalmente no Brasil, que tinha a maior quantidade de usuários e de “SuperUsers” do programa.
Não se sabe se o FourSquare terá o mesmo patamar de uso de antes. Só sei que o programa continua muito bom, uso constantemente e tem me dado muitas alegrias, principalmente nos resultados da busca de bons locais para comer e me divertir. Mas vamos ver como será o futuro neste oceano cada vez mais vermelho.